As grandes obras que marcaram a história da saúde em Santa Cruz do Sul sempre contaram com a participação decisiva da população. Foi assim com o Hospital Santa Cruz, o Ana Nery e, o Monte Alverne, entre outras iniciativas. A comunidade sempre soube se unir, desde os tempos dos “Krankenverein”, associações em que as pessoas se uniam para resolver seus problemas de saúde.
Recentemente, em 1997, a implantação da UTI pediátrica foi um claro exemplo desta realidade. Sonho acalentado por muita gente, especialmente pelos médicos pediatras – lembro o quanto meu irmão Roque Wenzel insistia nisso. A UTI passou a funcionar no Hospital Santa Cruz, gerenciado pelas irmãs franciscanas, em uma ala especialmente reformada para recebê-la. A unidade de oito leitos foi equipada com respiradores, monitores cardíacos, berços, eletrocardiógrafo, entre outros. Lembro como eram comuns as preocupações sobre a manutenção da unidade. Frases como “construir é fácil, quero ver manter!”, eram seguidamente ouvidas. A equipe primeira foi formada por sete médicos (Tatiana, Fátima, Marília, Eduardo, Maria Cristina, Suzana e Paulo) e uma equipe de enfermagem. Os recursos para instalação da UTI foram buscados através de campanhas junto à comunidade local e regional. Participaram empresas, entidades diversas, e a comunidade em geral. Foi uma mobilização comunitária emocionante. As pessoas doavam o que podiam e participavam de eventos para arrecadar fundos. No dia da inauguração, tudo estava pronto, coroando uma ampla e envolvente campanha comunitária.
Já avançamos muito na área da saúde. Temos uma rede instalada, desde a atenção básica à alta complexidade, como a Oncologia do Ana Nery. Temos um curso de medicina na Unisc e tantas outras iniciativas valorosas. Agora, estamos frente a um novo e grande desafio: implantar o Pronto Socorro Regional, através do Cisvale, o Consórcio Intermunicipal de Saúde, que congrega os municípios da região do nosso Vale. Saúde não se limita por meras fronteiras geográficas ou administrativas. A saúde é buscada onde esta se oferece como resolutiva e acolhedora. Assim como o primeiro paciente da UTI pediátrica foi uma menina transferida do Hospital dos Passos de Rio Pardo para o Hospital Santa Cruz, quem será o primeiro a receber tratamento e atenção no novo Pronto Socorro Regional? Pode ser qualquer um de nós. Assim como a UTI pediátrica já salvou e colaborou com a vida de muitas crianças, quem sabe, em breve, num esforço comunitário regional, estaremos salvando outras tantas vidas, para o bem de todos nós, especialmente de nossos descendentes. Isto tem custo? Claro que tem. Mas sempre menor que a vida.
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